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Mostrando postagens de maio, 2015

um Museu triste

--> Agora entendi. É preciso estar um pouco fora de mim para escrever. Quando me tenho e contenho tanto em labores tão múltiplos pouco me resta de espaço para respiração. Hoje foi um dia assim, de sair de mim. No Museu Nacional resolvi pela primeira vez ver alguma coisa, nas dezenas de visitas anteriores pouco havia a observar, apenas a olhar de relance, assim rápido, acompanhando cada filho enquanto crescia e corria de um corredor ao outro. Hoje o filho foi de mãos dadas com o pai de um amigo e o arrastou enquanto eu via. Vi as múmias e reparei pela primeira vez que eram todas mulheres, as três. Duas estavam muito enroladas, preservadas. A terceira estava em suas vestes primárias, e parecia uma menina coberta por alguma malha justinha. Acompanhei a perna perfeita, a panturrilha, cheguei aos pés, esses desenrolados mostrando pequenos dedos, alguns já descarnados ossinhos. Subindo pelo ventre, seios, revestidos de desenhos e diagramas rituais, depois uma cabeça descobe