The End

Era uma bela carioca cheia de acessórios e itens reluzentes, em uma esquina movimentada de Ipanema. Bebericava um frozen de frutas tropicais em uma lanchonete chique qualquer.
Ao seu redor, outras tantas meninas bem parecidas entre si, tanto que quase poderiam constituir uma nova raça, como os poodles ou yorkshires para os cães, cada qual com seu copo de milk-shake, suco ou smoothies, todas olhando para o mesmo ponto ali na rua.
Bem no cruzamento, uma ambulância cheia de luzes e paramédicos com pás recolhiam os restos de alguém.
Eram fotos, desenhos, cartas, fluidos, letras, chaves, tabuleiros, páginas e mais páginas, canetas, sonhos, ideias. Tudo espalhado, e já muito coberto das marcas de pneus e de sapatos.
A pessoa, esvaziada, transparente, na outra esquina bebia um café forte. Talvez não fosse ainda tarde demais para ser socorrida.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

meus remédios

TEATRO DE MARIONETES

Os Problemas de Leda